Dória e Alckmin penalizam quem usa mais o transporte público

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Para cumprir promessa eleitoral, o prefeito João Dória e o governador Geraldo Alckmin vão tirar do bolso dos trabalhadores assalariados, que moram na periferia e usam mais de um modal de transporte para se deslocar pela cidade, parte da receita necessária para cobrir a despesa extra surgida com o congelamento da passagem comum de ônibus, metrô e trem.
Os reajustes das tarifas integradas e dos bilhetes temporários anunciados por eles e que entrarão em vigor dia 8 de janeiro, vão penalizar, segundo projeções, um em cada quatro passageiros do sistema municipal de ônibus (que tem 9,6 milhões por dia). No sistema metroferroviário (7,5 milhões, com metrô e trem) o público prejudicado chega a um terço dos usuários.
O reajuste anunciado pelos dois governantes tucanos, variando de 15% a 35% dependendo da modalidade de bilhete, é bem superior à inflação de 2016, que deve fechar em 6,4%.
Para se ter uma ideia do prejuízo causado à população, o Bilhete Mensal exclusivo para ônibus ou trilhos era vantajoso para quem fazia pelo menos 37 viagens por mês. Com o aumento, esse número sobe para 51. Já o Bilhete 24 horas, que atualmente representa vantagem para quem faz 3 viagens ou mais por dia, passará a ser interessante ao passageiro somente se no mínimo 4 viagens ao dia.
No governo do prefeito Fernando Haddad a prioridade era atrair mais usuários para o transporte público e por isto a política tarifaria seguia esta lógica, mesmo quando era preciso reajustar a passagem de ônibus. Na gestão do PT a correção da tarifa se deu em dezembro de 2015, quando subiu de R$ 3,50 para R$ 3,80 – reposição de 8,6% contra uma inflação de 10,72%. Além do reajuste abaixo da inflação, Haddad manteve os Bilhetes Mensal e Semanal congelados em R$ 140,00 e R$ 38,00, respectivamente, como forma de estimular o uso do transporte público.
Dória e Alckmin optaram pela lógica perversa de desarticular viagens e encarecer o serviço para uma parte da população, justamente a que mais usa o transporte público, invertendo a política de mobilidade adotada nos últimos quatro anos, que sempre teve o papel primordial de estimular o uso do transporte público.
VER. ANTONIO DONATO
Líder da Bancada do PT
Câmara Municipal de São Paulo

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