Orçamento: Câmara aprova LDO 2023 em segunda votação

0
1239
Foto: André Bueno/CMSP

O texto Substitutivo da Comissão de Finanças e Orçamento ao Projeto de Lei 277/2022, LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), do Executivo, para o exercício de 2023 foi aprovado em segunda votação nesta quarta-feira, 29/06, na Câmara Municipal de São Paulo. 

Na oportunidade, a bancada do PT registrou voto contrário e se posicionou sobre o robusto caixa da cidade de São Paulo e a monstruosa falta de gestão dos recursos disponíveis nos cofres públicos.

Sobre a propositura, o presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, o vereador Jair Tatto (PT), fez considerações sobre a Prefeitura “Essa gestão tem uma capacidade enorme de arrecadar e uma incapacidade enorme de investir na cidade de São Paulo”, apontou enfaticamente.

O vereador Antonio Donato (PT) também ressaltou alguns pontos sobre o orçamento municipal “É um valor que a cidade de São Paulo nunca teve. Temos um baixo nível de investimento, e não há refletida na LDO uma política emergencial de auxílio aos mais vulneráveis nessa crise. Isso deveria ser o centro da LDO”, destacou Donato.

Mesmo contrários à peça orçamentária, os parlamentares petistas buscaram melhorar a LDO através de 13 emendas. As propostas foram segmentadas em quatro subdivisões: retomada do crescimento do emprego e da renda, melhoria da gestão, apoio à transparência e participação popular e medidas de responsabilidade social. Confira:

 ▪ Limitar o empenho de 20% da dotação no mês de dezembro.

 ▪ Limitar o crescimento em 20%, da média dos três anos anteriores, dos contratos emergenciais realizados sem licitação.

 ▪ Reduzir o percentual de abertura de créditos adicionais para 9%, juntamente, com as exclusões das inúmeras exceções que são permitidas atualmente.

▪ Vedar o contingenciamento dos programas sociais.

▪ Facilitar a mensuração de custos de programas e equipamentos.

▪ Estabelecer meta de regionalização do orçamento público.

▪ Acompanhar por meio de demonstrativo o cancelamento de valores inscritos em restos a pagar.

▪ Instituir uma política pública em apoio ao Grafitti.

▪ Instituir medidas de responsabilidade social, com metas de redução da pobreza e diminuição de moradores em situação de rua.

▪ Publicar demonstrativo com a situação das obras paradas

▪ Induzir o término de obras paradas, por meio da divulgação, anual, dos cronogramas físico-financeiros das obras inacabadas.

▪ Monitorar as compras públicas de microempresas e empresas de pequeno porte.

▪ Criar linhas de linhas de créditos especiais para prestar socorro e atendimento às MEIs, microempresas e pequenas de pequeno porte, com análise do crédito simplificado e facilitado. 

Confira a análise completa da LDO:

Feroz na arrecadação, perdida na gestão – Prefeitura de SP

Alto volume de recursos empenhados em dezembro 

A Secretaria Municipal de Educação empenhou R$ 5,2 bilhões no mês de dezembro de 2021, montante 4 vezes maior do que foi empenhado no mesmo mês de 2018 e representa 30% do orçamento da pasta. Os empenhos desesperados da gestão Nunes no final do exercício não foram suficientes para cumprir com a exigência legal do Fundeb de aplicação de 90% dos recursos durante o exercício. 

A situação já era extremamente absurda, mas se torna ainda mais insustentável já que dos R$ 5,2 bilhões empenhados no último mês, R$ 3,3 bilhões foram empenhados ao apagar das luzes do ano, em 31 de dezembro. 

Utilização indiscriminada de contratos emergenciais 

O número de contratos emergenciais que dispensam o processo de licitação cresceu 40 vezes em 2021 no município, em comparação a 2017, de acordo com números do Tribunal de Contas do Município (TCM). 

Em 2017, foram gastos cerca de R$ 8 milhões em obras sem licitação – contra R$ 335 milhões de 2021. 

Ausência de planejamento – Recorde de remanejamento orçamentário 

A autorização de criação de créditos adicionais até o limite de 10%, associada às inúmeras situações que não constam para apuração desse limite, estão deixando para uma margem de remanejamento impensável e injustificável. 

No ano passado, a Prefeitura Municipal de São Paulo abriu créditos adicionais que representavam 26% do orçamento. Considerando que grande parte do orçamento se trata de despesas obrigatórias, o índice é altíssimo e indesejável para um bom planejamento municipal.

Os recursos em caixa não param de crescer! 

O abandono do planejamento como diretriz para gerir os recursos públicos está gerando recordes progressivos em valores retidos em caixa. A gestão Nunes não consegue gerir as políticas públicas de São Paulo e não se mostra capaz de enfrentar os desafios estruturais necessários, entrando em modo de acumulação rentista, em que só se importa com a arrecadação e se esquece das necessidades dos cidadãos e cidadãs paulistanas.

Governo não consegue aplicar nem mesmo os saldos dos anos anteriores 

A dificuldade da atual gestão é tamanha, que nem mesmo o superávit financeiro dos exercícios anteriores está sendo utilizado. Em 2021, a gestão Nunes não conseguiu operacionalizar mais de R$ 5 bilhões. Vale ressaltar que  os recursos estavam em caixa desde de 2020, mas não foram utilizados. 

Baixa execução dos investimentos 

O ano de 2021 registrou o menor patamar de investimentos orçados dos últimos 5 anos, e, mesmo assim, a taxa de execução está abaixo das possibilidades da atual gestão. Apenas R$ 1,9 bilhão foram liquidados em 2021. O investimento tímido, frente a uma forte arrecadação, gera recordes no caixa do município. 

Baixa execução das políticas sociais 

Nota-se que 44,9% das dotações não foram executadas pela municipalidade. 2.134 dotações das 4.757 aprovadas pela Câmara Municipal de São Paulo e 59,2% das dotações executaram valores inferiores a 50% dos valores orçados.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!