Após ação do PT, TCM barra privatização do hospital Campo Limpo

0
3690

O Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP) acatou o pedido da Bancada de vereadores do PT e determinou a suspensão do processo de privatização do Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha, conhecido como Hospital Municipal do Campo Limpo. A representação havia sido protocolada no último dia 4 de agosto, solicitando análise e suspensão do processo de contratualização do pronto socorro, bloco cirúrgico, unidades de terapia intensiva adulto e pediátrica e assumpção de contratos administrativos do equipamento.

Veja o despacho do Conselheiro Edson Simões (relator)

Veja o relatório da auditoria do TCM-SP

A argumentação dos petistas é que, até aquela data, toda a instrução processual caminhava para a formalização de um Termo Aditivo nº 006/2020 ao Termo de Convênio nº 003/AHM/2012. Ou seja, a prefeitura pretendia apenas aditar um contrato firmado há oito anos com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE) firmado para a gestão da Assistência Médica Ambulatorial (AMA) do Hospital do Campo Limpo. Esse mesmo convênio já havia sido modificado para uma Unidade de Ponto Atendimento (UPA). Além disso, o valor inicial do convênio, que era de R$ 14.983.090,76 em 2012, passaria para R$ 114.492.725,00.

O TCM-SP acatou a íntegra da argumentação do PT e emitiu um ofício na última sexta-feira, 14, e o conselheiro relator, Edson Simões, dentre outras coisas, expediu a seguinte determinação: “A Secretaria Municipal de Saúde/Autarquia Hospitalar deve ABSTER-SE de assinar o aludido Termo aditivo 6/2020 relativo ao Convênio 003/AHM/2012 até que este Tribunal analise os esclarecimentos/justificativas dessa Pasta na qualidade de manifestação prévia, para então, nos termos Regimentais, a Auditoria deste Tribunal alcançar Relatório e conclusão definitiva sobre a matéria”.

PRESSÃO

Após o ingresso da representação, a Prefeitura de São Paulo alterou a formalização do termo de convênio para um termo de cooperação e utilizou-se dessa justificativa para descumprir a determinação do Tribunal. Às pressas, a Autarquia Hospitalar, mesmo sem ter o recurso necessário para a contratação integral, formalizou o novo termo e deu ordem de início nos serviços.

Entretanto, nesta terça-feira, 18, o TCM-SP ordenou “que a Secretaria Municipal de Saúde/Autarquia Hospitalar Municipal, ABSTENHAM-SE de FIRMAR qualquer instrumento que tenha como escopo a (…) contratualização do Pronto Socorro, Bloco Cirúrgico, Unidades de Terapia Intensiva Adulto e Pediátrica e assumpção de contratos administrativos do Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha (…)”.

Diante da tentativa da Prefeitura de burlar à decisão do TCM, a Bancada do PT deve ingressar no Ministério Público, solicitando abertura de inquérito civil para apurar a responsabilidade das autoridades municipais envolvidas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!