CARTA: Em defesa da vida dos estudantes, familiares e comunidade escolar e de toda população paulistana!

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O Brasil está prestes a registrar mais de 400 mil mortes por conta da Covid-19, só na cidade de São Paulo temos a triste marca de 27.027 vidas ceifadas.

Os especialistas da Saúde são unânimes quanto a necessidade de medidas mais duras para garantir o isolamento social e assim, baixarmos a curva de contaminações e mortes em nosso país. 

Não é razoável que, com este triste cenário, o prefeito Bruno Covas autorize o retorno as aulas presenciais sem as mínimas condições sanitárias. Agindo assim, aumenta-se o fluxo no trânsito da cidade e expõe-se milhares de pessoas ao vírus, contaminando e podendo matar Profissionais da Educação, Estudantes e Familiares.

A Rede Municipal de Educação de São Paulo foi sempre muito respeitada pelo Brasil. Entretanto, gestão vem trabalhando atualmente de forma confusa e com informações repassadas aos servidores e à comunidade geralmente pela imprensa, além de criar duas formas de ensino extremamente precárias.

A primeira, presencial, inviabilizada pela falta de condições estruturais e sanitárias para funcionar e a segunda, o “Ensino Remoto” que, pelas razões atreladas à nossa desigualdade social, exclui centenas de estudantes do processo de ensino e aprendizagem. Ainda mais sem a entrega dos tablets para estudantes e nem para os professores, cuja promessa de entrega era junho de 2020, lamentavelmente esbarrou na ausência de planejamento da Secretaria de Educação.

Sabemos das adversidades do momento e dos desafios da cidade de São Paulo frente à pandemia e o cenário nada favorável que nos aguardará quando tudo passar! Por isso é necessário o real enfrentamento e não liberar as aulas presenciais por conta de pressões de agentes estranhos à Educação, possivelmente atrelado a interesses financeiros. É necessário criar condições para que os estudantes, os familiares e a comunidade escolar sigam protegidos até que tenhamos vacina para todos.

Há uma estratégia de criar uma falsa sensação de tranquilidade na população: vacinação de uma pequena parte dos profissionais de educação; reabertura do comércio e pronunciamentos que relativizam toda a situação, demonstrando a falta de articulação e diálogo entre a Prefeitura e o Estado

A imprensa divulgou os dados de avaliação da Secretaria Estadual de Educação baseada nos moldes do SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica, que evidenciaram uma queda no rendimento dos estudantes durante o ano passado. Equivocadamente utilizam desses dados para, mais uma vez, tentar justificar o retorno presencial, sem olhar para o  todo deste quadro negativo, o que se revelará mais adiante como tática ineficaz.

Neste sentido, alertamos ao Sr. Secretário Estadual de Educação, Sr. Rossieli Soares e ao Sr. Secretário Municipal de Educação, Sr. Fernando Padula, que o não progresso dos estudantes não pode ser apenas atrelado à questão de estar ou não presencial, mas um problema da pandemia e seus reflexos.

É preciso ser assertivo em admitir, de uma vez por todas, a existência da gravidade de uma Pandemia e estabelecer as políticas adequadas para a gravidade deste período! Somente assim, seremos capazes de vencer este vírus, cuidando das pessoas, cuidando do presente para que o futuro seja possível.

Finalizo expressando todo apoio e solidariedade aos Profissionais da Educação que continuam em greve pela vida!! Que a gestão do prefeito Bruno Covas negocie com os Sindicatos e estabeleça uma relação com a educação em favor da vida.

Vereador Eduardo Suplicy
Líder da bancada do Partido dos Trabalhadores

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