Na sessão desta quarta-feira, 19, houve apenas o Pequeno Expediente, que é a parte da Sessão em que os vereadores falam por cinco minutos, sem possibilidade de aparte para outros parlamentares. Dos parlamentares do PT, utilizaram a tribuna os vereadores Reis, Senival Moura, Alessandro Guedes e o líder Alfredinho. A vereadora Juliana Cardoso e o vereador Eduardo Suplicy também fizeram intervenções – ele pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
O vereador Reis cobrou do prefeito Bruno Covas o reajuste nos salários da Guarda Civil Metropolitana (GCM) cujos vencimentos são R$ 754,99. O vereador mencionou municípios com Jundiaí, Itapecerica da Serra e Taboão da Serra, onde a remuneração da categoria é maior que no município de São Paulo, a cidade mais rica do país. O parlamentar defendeu equiparar a remuneração ao salário mínimo estadual – R$ 1.163,55. O petista também criticou a ausência de resposta do Executivo aos reiterados pedidos de agenda para discutir as questões relacionadas à segurança pública no município de São Paulo.
Já o vereador Senival Moura falou sobre os problemas causados pelas enchentes e alagamentos na região do Itaim Paulista, periferia da zona leste de São Paulo. De acordo com o parlamentar, desde as chuvas do último dia 10, as ruas dos bairros da região permanecem inundadas e a população está vivendo em condição precária; trabalhadores têm dificuldade para se deslocar ao trabalho, crianças e jovens não conseguem chegar nas escolas e as pessoas com mobilidade reduzida, inclusive cadeirantes, estão ainda mais prejudicados. Senival reclamou da omissão da grande imprensa, que mais uma vez não tem dado visibilidade para esta população, e também criticou a inercia do Poder Executivo.
O vereador Alessandro Guedes também tratou do assunto das enchentes na região do Itaim Paulista, tema que tem acompanhado de perto. O parlamentar visitou a região e relatou que a água das chuvas se mistura com o esgoto e o mau cheiro e a possibilidade de contágio de doenças é grande. Guedes defendeu que haja prioridade política por parte da prefeitura e do governo do estado de São Paulo para a realização de obras urgentes, como o desassoreamento do córrego Lageado e das margens do rio Tietê. O vereador apresentou o vídeo que gravou em um córrego localizado na Vila Seabra, mostrando que o córrego está no nível da rua, sem qualquer barreira de contenção.
O Líder Alfredinho, por sua vez, falou sobre violência policial, desta vez na Escola Estadual Emydgio de Barros, no Rio Pequeno, zona oeste da Capital. O parlamentar exibiu o vídeo que circulou na internet, mostrando o exato momento da agressão, que classificou como inaceitável. O petista ressaltou que existem bons e maus policiais e que este caso deve ter as devidas providências tomadas pelo governador. Também registrou que a abordagem foi desproporcional aos relatos da ocorrência que motivou o chamado – um estudante cuja matrícula foi cancelada por evasão se negava a deixar a sala de aula. Para Alfredinho, são situações como essas que levam à rejeição dos jovens à polícia.
Outro assunto tratado pelo Líder do PT foi a forma desrespeitosa com o que o presidente Jair Bolsonaro tratou a jornalista Patrícia Melo Campos, da Folha de S. Paulo, que denunciou o uso criminoso de instrumentos para disparo de notícias falsas nas eleições de 2018. Alfredinho afirmou que “quando o presidente fala faz vergonha ao Brasil diante do mundo inteiro”. O petista cobrou, por fim, que a prefeitura tome providências com relação à demanda por creches no Parque Residencial Cocaia, que tem aproximadamente 700 crianças esperando na fila. Apesar disso, mais uma unidade foi fechada.
A vereadora Juliana Cardoso fez a leitura de uma proposta de moção em defesa da Caixa Econômica Federal e aproveitou para criticar o presidente Jair Bolsonaro pelas recorrentes declarações agressivas contra as mulheres. Segundo o regimento da Câmara, as moções precisam ser votadas em uma parte da Sessão chamada Prolongamento do Expediente, mas a sessão de hoje foi encerrada antes deste momento e, portanto, não foi votada. O texto entra na pauta para ser apreciado pelo plenário e momento oportuno.
Já Suplicy falou sobre a CPI das Fake News, os cortes do Programa Bolsa Família – capa da jornal O Estado de S. Paulo hoje – e as intervenções misóginas de Bolsonaro.