No dia 16 de maio de 2022, a cidade de São Paulo completa um ano de governo Ricardo Nunes. Passado o período, a população ainda sente que está à deriva, abandonada à própria sorte. Desde que assumiu a prefeitura definitivamente, por ocasião do falecimento do então prefeito Bruno Covas (PSDB), em 16 de maio de 2021, o atual prefeito não conseguiu mostrar a que veio, pois as ações do seu governo são pouco notadas. Tampouco o discurso da continuidade no início do mandato se sustenta como marca do (des)governo.
Em memória do antecessor, Nunes assumiu o compromisso de desenvolver novos projetos, com foco na redução das desigualdades. Para garantir dignidade aos cidadãos, a municipalidade criaria condições para tornar a cidade mais justa, com oportunidades para todos e valorizaria os servidores públicos. Mas, ao contrário do discurso, a cidade que ainda sofre com as crises sanitária, social e econômica, acumula problemas em todas as áreas – na educação, saúde, assistência social, zeladoria, e muitas outras. E o que a população vê em seu cotidiano é uma cidade sem comando e negligenciada.
Não por acaso, uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, em abril de 2022, revelou que o prefeito tem o menor índice de aprovação desde o início da série histórica, que começou em 1986. Um outro dado demonstrado pela pesquisa é o percentual de 12% dos entrevistados que não sabem avaliar o governo do atual gestor.
A pesquisa capta o sentimento da população paulistana, que não enxerga nenhuma ação da prefeitura que consiga dar resposta aos diversos problemas enfrentados pela população que vive e trabalha na cidade.
É compreensível que parte dos cidadãos paulistanos não consiga nem avaliar o atual governo, já que Nunes não teve êxito ao tentar fixar alguma marca ou imprimir sua identidade. Além disso, a gestão está evidentemente inerte frente aos inúmeros desafios a serem enfrentados, principalmente pelos problemas causados pela pandemia da Covid-19, que poderão ser agravados pelo afrouxamento das medidas de combate e prevenção ao coronavírus.
Também falta planejamento e implementação de políticas públicas efetivas para fazer de São Paulo uma cidade justa, com qualidade de vida, portanto, boa de se viver. O desolador cenário apresentado se opõe ao discurso construído e proferido pelo prefeito, pois, o que se constata são ações realizadas por um governo que prioriza os mais afortunados, em detrimento da população mais pobre.
Algumas medidas tomadas pelo desgoverno aprofundam a desigualdade social na cidade de São Paulo:
◉ Retirada de direitos dos servidores públicos: o pacote de maldades. Mesmo sem obrigação legal, o prefeito aprovou a reforma da previdência municipal, que aumenta a idade mínima para aposentadoria e taxa até a aposentadoria de servidores que recebem mais de um salário mínimo. Além disso, também atua sob o critério: dois pesos, duas medidas. Enquanto com uma mão retira o direito às faltas abonadas dos servidores em geral, com a outra promove um conjunto de mudanças administrativas que dobrou os salários de indicados políticos e concedeu aumento de até 37% a cargos de chefia, como Subprefeitos.
◉ O IPTU foi reajustado de forma abusiva nas regiões periféricas da cidade. Como, por exemplo, em Cidade Ademar, Campo Limpo e Capão Redondo o aumento foi de até 89,15%, enquanto em bairros nobres, como Brooklin, Morumbi e Ipiranga, tiveram redução de 10,21%.
◉ O Censo da População em Situação de Rua, realizado em 2021, revelou um aumento de 31% de pessoas vivendo nas ruas de São Paulo e um aumento no número de famílias em situação de rua. Uma parcela considerável dessas pessoas se alimenta com comida retirada do lixo, situação que ainda coloca em risco a saúde dessa população.
Tais pontos são alguns exemplos de questões que revelam uma cidade abandonada, sem comando e sem direção, em um momento em que a prefeitura deveria atuar de maneira efetiva para tirar a sociedade paulistana de uma situação desoladora.
A pandemia também aprofundou a crise econômica gerando, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), uma inflação acumulada até março/2022 de 11,30%, acompanhada pelos índices de desemprego que chegam a dois dígitos (11,2%), fato que aprofunda ainda mais a pobreza no município.
A demonstração da inoperância administrativa do prefeito Ricardo Nunes se revela ainda mais no descaso com o dinheiro público que se encontra parado no caixa da prefeitura. São R$30 bilhões de reais, valor que poderia ser investido em políticas públicas voltadas para a solução das principais demandas e ampliação de políticas públicas enfraquecidas.
O motivo da discussão não está centrado na importância da cidade de São Paulo para o desenvolvimento do País, nem no elevado volume de arrecadação e orçamento. Os cidadãos e cidadãs devem ser a principal motivação, cujo direito à cidade, às oportunidades, à qualidade de vida, à esperança, valores tão caros à cidadania, dependem integralmente das ações de quem governa.
↪ CLIQUE AQUI e confira o balanço na íntegra.