R$30 bilhões em caixa e uma cidade à deriva ◉ Balanço de um ano da gestão Ricardo Nunes

0
1337

 

 No dia 16 de maio de 2022, a cidade de São Paulo completa um ano de governo Ricardo Nunes. Passado o período, a população ainda sente que está à deriva, abandonada à própria sorte. Desde que assumiu a prefeitura definitivamente, por ocasião do falecimento do então prefeito Bruno Covas (PSDB), em 16 de maio de 2021, o atual prefeito não conseguiu mostrar a que veio, pois as ações do seu governo são pouco notadas. Tampouco o discurso da continuidade no início do mandato se sustenta como marca do (des)governo.

  Em memória do antecessor, Nunes assumiu o compromisso de desenvolver novos projetos, com foco na redução das desigualdades. Para garantir dignidade aos cidadãos, a municipalidade criaria condições para tornar a cidade mais justa, com oportunidades para todos e valorizaria os servidores públicos. Mas, ao contrário do discurso, a cidade que ainda sofre com as crises sanitária, social e econômica, acumula problemas em todas as áreas – na educação, saúde, assistência social, zeladoria, e muitas outras. E o que a população vê em seu cotidiano é uma cidade sem comando e negligenciada.

  Não por acaso, uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, em abril de 2022, revelou que o prefeito tem o menor índice de aprovação desde o início da série histórica, que começou em 1986. Um outro dado demonstrado pela pesquisa é o percentual de 12% dos entrevistados que não sabem avaliar o governo do atual gestor. 

  A pesquisa capta o sentimento da população paulistana, que não enxerga nenhuma ação da prefeitura que consiga dar resposta aos diversos problemas enfrentados pela população que vive e trabalha na cidade. 

  É compreensível que parte dos cidadãos paulistanos não consiga nem avaliar o atual governo, já que Nunes não teve êxito ao tentar fixar alguma marca ou imprimir sua identidade. Além disso, a gestão está evidentemente inerte frente aos inúmeros desafios a serem enfrentados, principalmente pelos problemas causados pela pandemia da Covid-19, que poderão ser agravados pelo afrouxamento das medidas de combate e prevenção ao coronavírus. 

  Também falta planejamento e implementação de políticas públicas efetivas para fazer de São Paulo uma cidade justa, com qualidade de vida, portanto, boa de se viver. O desolador cenário apresentado se opõe ao discurso construído e proferido pelo prefeito, pois, o que se constata são ações realizadas por um governo que prioriza os mais afortunados, em detrimento da população mais pobre. 

  Algumas medidas tomadas pelo desgoverno aprofundam a desigualdade social na cidade de São Paulo:

◉ Retirada de direitos dos servidores públicos: o pacote de maldades. Mesmo sem obrigação legal, o prefeito aprovou a reforma da previdência municipal, que aumenta a idade mínima para aposentadoria e taxa até a aposentadoria de servidores que recebem mais de um salário mínimo. Além disso, também atua sob o critério: dois pesos, duas medidas. Enquanto com uma mão retira o direito às faltas abonadas dos servidores em geral, com a outra promove um conjunto de mudanças administrativas que dobrou os salários de indicados políticos e concedeu aumento de até 37% a cargos de chefia, como Subprefeitos.

◉ O IPTU foi reajustado de forma abusiva nas regiões periféricas da cidade. Como, por exemplo, em Cidade Ademar, Campo Limpo e Capão Redondo o aumento foi de até 89,15%, enquanto em bairros nobres, como Brooklin, Morumbi e Ipiranga, tiveram redução de 10,21%.

◉ O Censo da População em Situação de Rua, realizado em 2021, revelou um aumento de 31% de pessoas vivendo nas ruas de São Paulo e um aumento no número de famílias em situação de rua. Uma parcela considerável dessas pessoas se alimenta com comida retirada do lixo, situação que ainda coloca em risco a saúde dessa população.

  Tais pontos são alguns exemplos de questões que revelam uma cidade abandonada, sem comando e sem direção, em um momento em que a prefeitura deveria atuar de maneira efetiva para tirar a sociedade paulistana de uma situação desoladora.

  A pandemia também aprofundou a crise econômica gerando, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), uma inflação acumulada até março/2022 de 11,30%, acompanhada pelos índices de desemprego que chegam a dois dígitos (11,2%), fato que aprofunda ainda mais a pobreza no município.  

  A demonstração da inoperância administrativa do prefeito Ricardo Nunes se revela ainda mais no descaso com o dinheiro público que se encontra parado no caixa da prefeitura. São R$30 bilhões de reais, valor que poderia ser investido em políticas públicas voltadas para a solução das principais demandas e ampliação de políticas públicas enfraquecidas.

  O motivo da discussão não está centrado na importância da cidade de São Paulo para o desenvolvimento do País, nem no elevado volume de arrecadação e orçamento. Os cidadãos e cidadãs devem ser a principal motivação, cujo direito à cidade, às oportunidades, à qualidade de vida, à esperança, valores tão caros à cidadania, dependem integralmente das ações de quem governa. 

CLIQUE AQUI e confira o balanço na íntegra.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!