A Liderança do PT na Câmara Municipal de São Paulo acionou o Ministério Público do Estado nesta quinta-feira (19), solicitando que sejam propostas medidas judiciais contra o prefeito João Doria Jr. (PSDB) em razão da utilização da empresa Lide para captação de recursos para a organização de evento particular. Na representação, o PT sustenta que o prefeito se vale do seu cargo para promover a atividade, que há conflito de interesse e que a postura do chefe do Executivo fere a moralidade e pode se configurar como improbidade administrativa.
A medida foi proposta após denúncia do jornal Folha de São Paulo, que revelou nesta quinta-feira (19) que o Lide, empresa fundada e, até dezembro, dirigida pelo prefeito João Doria Jr. enviou e-mails “pedindo dinheiro para financiar o ‘almoço-debate’ com líderes empresariais no dia 6 de março, no hotel Grand Hyatt, na capital paulista, com apresentação do prefeito recém-empossado”.
Ainda segundo a Folha, “os presidentes das empresas que pagarem uma cota de ‘copatrocínio’ de R$ 50 mil terão o direito de se sentar à mesa principal com Doria” para assistir a palestra, cujo tema seria “O impacto de uma gestão eficiente na cidade de São Paulo”. O pedido do PT é que o MP-SP atue para “coibir a continuidade da captação de recurso pela empresa LIDE, para financiamento de evento particular, bem como sejam propostas medidas cíveis e criminais para a responsabilização dos evolvidos”.
Apesar do entendimento da gestão Doria de que não há restrições ao prefeito em ministrar palestras em eventos promovidos por empresas ou entidades empresariais, os tucanos desconsideram que o prefeito é um dos sócios da empresa.
Esta é a quarta medida adotada pelos petistas em apenas 19 dias de governo Doria: a primeira foi uma representação ao MP, questionando a legalidade da reforma administrativa que extinguiu e criou cargos sem autorização do Legislativo; a segunda foi uma ação popular contra o aumento da tarifa de ônibus; por fim, uma representação ao Tribunal de Contas do Município, pedindo estudo sobre a legalidade do edital de chamamento de entidades para o Corujão da Saúde.
fonte: Liderança do PT