Greve Geral mobiliza contra a reforma da Previdência

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Foto: Elineudo Meira

O dia 14 de junho de 2019 (sexta-feira) ficou marcado pelas paralisações e os atos de rua que deram o tom das 24 horas da Greve Geral convocada por 12 centrais sindicais, com o apoio de organizações sociais e estudantis, da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) estima que 45 milhões de trabalhadores participaram ou foram impactados pelos atos e paralisações convocados atos em 380 cidades de norte a sul do país.

Veja o mapa interativo com os atos da Greve Geral em todo o Brasil

A Greve Geral foi um desdobramento da luta unitária das centrais sindicais, movimentos populares e setores progressistas para barrar a retirada de direitos promovida pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) e seus aliados. Os protestos dos dias 1º, 15 e 30 de maio também foram construídos a partir da união de forças democráticas. Assim, além do direito à Previdência e à aposentadoria digna, dentre as reivindicações também constava o fim do arrocho na educação pública, o respeito à soberania nacional e medidas efetivas para a retomada econômica, com criação de empregos de qualidade e garantia de renda para os trabalhadores.

Nas capitais, a adesão dos setores de transportes, ônibus, metrôs e trens contribuiu para grande número de pessoas que foram engajadas na discussão dos temas que pautam a Greve Geral. Na internet, a hashtag #GreveGeral liderou a lista de “assuntos do momento” do Brasil no Twitter. Entre 17h e 17h20, aconteceu uma mobilização virtual (“twittaço”) contra a Reforma da Previdência, com a hashtag #BrasilBarraReforma.

MOBILIZAÇÃO EM SÃO PAULO

A manhã foi de atos, trancamento de rodovias e paralisações de categorias. Logo cedo as centrais sindicais, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Marcha Mundial das Mulheres (MMM) bloquearam vias do município e organizaram ações em terminais de ônibus.

Na Ponte João Dias, zona sul de São Paulo, a manifestação ocupou todas as faixas da via no sentido centro, marchando e segurando uma faixa que dizia: “Não à reforma da Previdência”. Na zona norte da capital paulista, na avenida Corredor, eles também marcharam e travaram as vias. Na zona leste, o MTST ocupou a Radial Leste e seguiu em marcha até o Metrô Itaquera, que estava fechado por conta da adesão dos metroviários à Greve Geral. No local, há também um terminal de ônibus, que permanecia inativo. Por volta das 10h, os manifestantes dispersaram.

Também ocorreram bloqueios na avenida 23 de Maio, no elevado João Goulart, em Sapopemba, entre outros pontos da capital paulista. No estado foram registrados atos em diversos municípios, como São Bernardo, Diadema, Campinas, Bauru, Itapeva, Sorocaba, Vinhedo, Taubaté e Presidente Prudente.

Em frente à Fiesp, manifestantes denunciam uma reforma da previdência que serve apenas aos interesses dos patrões | Foto: Jesus Carlos / PT Nacional

No final do dia, 50 mil pessoas se reuniram em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e seguiram até a Praça da República, onde o ato foi o encerrado. Na concentração, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) comentou os dois episódios que marcaram a semana de Bolsonaro. “Qual é a moral de um presidente que se aposentou aos 33 anos tem para impor goela abaixo uma reforma da Previdência como essa?”, perguntou Haddad durante o ato. O ex-prefeito também pediu a renúncia do ministro Sérgio Moro: “Ele já era partidário quando era juiz, imagine agora que é político. Ele descumpriu a lei e prendeu quem deveria estar no lugar do Bolsonaro”, protestou.

A deputada federal e presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, afirmou que a luta contra a Reforma da Previdência, pauta central da Greve Geral, é uma luta de resistência em defesa do Brasil. “O Brasil está vivendo uma das maiores crises de todos os tempos. Nós vivemos uma situação muito ruim e o governo, ao invés de cuidar das pessoas, subordina o nosso país aos Estados Unidos”, declarou ela. “Não vamos esquecer que essa gente que governa o país hoje é a mesma que propôs a Reforma Trabalhista. É a mesma gente que apoiou a PEC da Morte e que está querendo desmontar a Universidade”, lembrou a petista.

Em diferentes lugares as manifestações foram alvo de repressão policial, como no ato realizado pela manhã na Universidade de São Paulo (USP), com participação majoritária de estudantes, professores e servidores públicos, foi dissolvido com balas de borracha e bombas jogadas por policiais militares; os feridos foram encaminhados ao Hospital Universitário. À noite, manifestantes também relataram violência da PM na tentativa de dispersar o ato, na altura da Consolação e da Praça Roosevelt.

Veja como foi a Greve Geral em defesa dos direitos do povo em SP

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