No próximo dia 8 de Junho, a partir das 19h, a Câmara Municipal de São Paulo vai homenagear a juíza Kenarik Boujikian com o Título de Cidadã Paulistana. Para a Bancada de Vereadores do PT, homenagear Kenarik é homenagear a luta em defesa dos direitos humanos, a justiça social e a democracia.
Diversas lideranças e entidades comprometidas com essas causas vêm demonstrando respeito ao trabalho da homenageada e lhe prestando homenagens, entre elas a socióloga Julita Lemgruber, primeira mulher a dirigir o Departamento do Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro.
*** CONTRA O MACHISMO, FEMINISMO ***
O legado das mulheres corajosas tem sempre a marca da ousadia diante do exercício de tarefas nas quais, por sua condição feminina, são pioneiras. Assim é Julita Lamgruber, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) e membro do conselho diretor do International Drug Policy Consortium (IDPC).
A socióloga começou a trabalhar no sistema penitenciário carioca em 1983, como assessora da direção, e entre 1991 e 1994 foi a primeira mulher diretora-geral do Departamento do Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro, período em que procurou trabalhar a relação e os conflitos com os presos através do diálogo. Sua experiência nas cadeias está no livro A Dona das Chaves, escrito com a jornalista Anabela Paiva e lançado em 2010.
Em 1999 assumiu a primeira ouvidoria de polícia do Estado do Rio de Janeiro, mas deixou o cargo um ano depois, em solidariedade ao amigo Luiz Eduardo Soares, então coordenador de Segurança Pública, que foi exonerado do cargo depois de denunciar a corrupção de policiais cariocas. Foi membro titular do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Ministério da Justiça e sempre dedicou ênfase em seus estudos à temática da Violência e Criminalidade, atuando principalmente em questões relacionadas ao sistema penitenciário, segurança pública, penas alternativas e sistema judiciário.
Por dez anos fez parte do conselho da ONG Penal Reform International, pesquisando sobre penas alternativas em todo o mundo, trabalho que inspirou mudanças na legislação brasileira, em 1998: até então, punições deste tipo só eram opção em penas de até um ano, o que foi ampliado para quatro anos a partir de então.
Foi responsável pela sistematização de propostas sobre segurança pública na campanha de Lula, em 2002, e atuou como voluntária na campanha do então candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barak Obama. É autora de “Cemitério dos Vivos: Análise Sociológica de Uma Prisão De Mulheres”, obra pioneira na abordagem de importantes reflexões sobre as mulheres encarceradas, e “Quem Vigia os Vigias? – Um estudo sobre controle externo da polícia no Brasil”, resultado de um projeto de pesquisa sobre o controle externo da polícia, ainda limitado às ações pouco eficazes das Corregedorias e Ouvidorias.
Sua história é sinônimo para direitos humanos, ousadia e coragem. Mulher destemida, Julita Lemgruber também merece ser homenageada.
Fonte: Liderança do PT
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