Nos últimos meses um número significativo de pessoas estão organizadas, por meio de Movimentos Sociais, nas regiões periféricas da cidade de São Paulo, para exigirem legitimamente dos governos, a ampliação e implantação de campus da Universidade Federal de São Paulo e do Instituto Federal de São Paulo, na capital paulista e em especial em regiões mais afastadas do centro da cidade.
São regiões historicamente conhecidas pela falta de acesso à serviços públicos mínimos, como: Saneamento Básico, Habitação, Saúde, Educação, Transporte público e etc.
E quase tudo que possuem em seus territórios foi fruto da organização interna dos moradores, que “arrancaram” políticas públicas, com manifestações, muita pressão e quando não conseguiam seus pleitos, as comunidades se auto organizavam, como numa espécie de “faça você mesmo”.
Foi assim, com a luta dos piscinões, encanamento de córregos, chegada dos serviços da Sabesp, da Luz com a antiga Eletropaulo, regularização dos lotes, a continua e necessária luta dos movimentos de moradia, o SUS, com a instalação de UBS, UPAS e Hospitais, a luta pela Creche, escolas, os CEUS, reorganização do transporte público, linhas de ônibus, corredores de ônibus e até a luta pela cobertura dos pontos de ônibus.
É certo, que há ainda muita coisa por fazer, rever, melhorar e avançar. Mas, nada disso, teria acontecido se não fosse à luta de centenas de milhares de pessoas jovens, adultos, idosos e inclusive, os bebês e as crianças pequenas, as necessidades desses pequeninos, mudaram o olhar sobre a cidade também.
É nesse contexto de união e de luta das trabalhadoras e trabalhadores que discutimos novamente a necessidade de mais equipamentos educacionais nas periferias, complementando as redes municipais e estaduais já existentes e trabalhando todos juntos com e para a população.
Trazer o debate para o espaço público e movimentar-se favoravelmente a mais Campus da UNIFESP e do IFSP em regiões como na zona sul de São Paulo, no Jardim Ângela, Grajau, Parelheiros e na Zona Leste, em Guaianazes, São Mateus e Cidade Tiradentes é fomentar concretamente o acesso e permanência dessas populações a cidadania, ao conhecimento e a possibilidade de transformar e ressignificar suas vidas e seu território.
Se me permitem sonhar por um instante, e perguntar. Já imaginaram um grupo de estudantes, discutindo a arquitetura e urbanismo de seus territórios, estudando e propondo mudanças na organização dos espaços sociais? Ou, um outro grupo de estudantes, realizando levantamento da memória local? E que tal, essa turma, discutir e avaliar as linhas de transporte local em conjunto com as autoridades, como, por exemplo, o melhor local para colocarmos pontos de ônibus e faixas de pedestres?
Pois é, julgo que tudo isso e muito mais, seja possível, na medida em que os poderes públicos garantam o acesso e permanência da nossa população nos lugares de saber, de produção de conhecimento do Centro de Educação Infantil – CEI à Pós-graduação.
Por isso, defendo a ampliação e implantação de campus da Universidade Federal de São Paulo e do Instituto Federal de São Paulo, na capital paulista e em especial em regiões mais afastadas do centro da cidade
Vereador Senival Moura
Líder da Bancada do PT na Câmara Municipal de São Paulo