Líderes de 12 partidos enviam carta aberta ao Prefeito

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Foto: divulgação

Por iniciativa do Vereador Alfredinho, Líder da Bancada do PT, os líderes de 12 partidos protocolaram uma carta aberta ao Prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), pedindo medidas mais assertivas para o combate à fome durante a pandemia do novo Coronavírus. No texto, os parlamentares propõem a aquisição e distribuição de um milhão de cestas básicas para a população mais carente do município.

O documento foi publicado na edição do Diário Oficial do último dia 29 de abril, por meio do Requerimento 293/2020, com a assinatura de 12 dos 17 líderes partidários: Alfredinho (PT), Celso Giannazzi (PSOL), Claudio Fonseca (CIDADANIA), Camilo Cristófaro (PSB), Gilson Barreto (PSDB), Rinaldi Digilio (PSL), Ricardo Nunes (MDB), Mário Covas Neto (PODE), Janaína Lima (NOVO), Paulo Frange (PTB), Gilberto Natalini (PV) e Rodrigo Goulart (PSD).

Apenas DEM, PL, Patriota, PSC e Republicanos não assinaram.

A seguir, veja o documento na íntegra:

CARTA ABERTA DOS LÍDERES DAS BANCADAS DA CÂMARA MUNICIPAL AO PREFEITO BRUNO COVAS

Prezado Prefeito Bruno Covas,

Nós, vereadores e vereadoras da cidade de São Paulo, apresentamos a presente carta aberta.

Estamos vivendo uma crise sanitária sem precedentes na história recente e, neste momento, precisamos unir forças para honrar a confiança das paulistanas e paulistanos que nos delegaram para representá-los na esfera pública. A quarentena na cidade de São Paulo completa um mês na próxima segunda-feira, dia 20, e neste período temos somado esforços, buscando superar divergências e concentrarmos nossa ação no que deve ser prioridade neste momento: a vida das pessoas.

Neste sentido, iniciamos esse diálogo mencionando aquilo o que nos parece ser o ponto mais positivo da atuação de vossa excelência e de sua gestão, que é intensificar medidas de distanciamento social e restrição da circulação das pessoas na cidade. Certamente a agilidade nesta ação foi fundamental para salvar vidas e evitar a propagação do vírus no Município.

Chamamos a atenção, contudo, para aquilo o que nos parece que ainda carece de uma ação mais contundente e com perspectiva de longo prazo, que é o combate a fome. Foi muito importante a decisão de vossa excelência em distribuir os recursos da merenda em forma de um cartão alimentação para as famílias com criança na escola, medida que está em sintonia com o que a Câmara Municipal vinha discutindo. Entretanto, a universalização da segurança alimentar deve ser o nosso próximo passo.

A renda das famílias encolheu e, em muitos casos, desapareceu, e a pandemia sequer atingiu o seu pico no país. Se considerarmos o Decreto estadual, teremos pelo menos mais vinte dias de isolamento, podendo essa crise estender até o segundo semestre. Até lá, o que será do nosso povo?

É meritória a cooperação do poder público municipal na Ação Cidade Solidária que conta com o setor privado e o terceiro setor para prover ajuda humanitária às pessoas mais atingidas pela crise econômico-social causada pela pandemia do coronavírus durante o estado de calamidade pública, atividade com grande potencial para ampliar a sua capilaridade com o apoio de associações de bairro, igrejas, sindicatos, dentre outras formalizadas juridicamente. Entretanto, apenas o Estado tem maior capacidade para chegar nas famílias que estão nos bairros mais afastados, nas regiões mais periféricas, passando as maiores necessidades.

O apoio exclusivamente organizacional é insuficiente, sendo necessária uma participação mais incisiva da administração municipal, com aporte de recursos para distribuição de cestas básicas, com produtos de higiene, limpeza e alimentos.

Assim, fazemos um apelo a vossa excelência para que inclua dentre as prioridades do Município a aquisição e distribuição de 1 milhão de cestas básicas, estendendo o benefício de modo a buscar a universalização do atendimento a todas as famílias que foram duramente atingidas pela crise e que perderam o emprego ou foram impedidas de buscar renda, que tiveram redução de salário ou que não tenham qualquer perspectiva imediata de geração de renda.

Por fim, entendemos que iniciativas coordenadas pelos três entes da federação deverão ser criadas para reativar a economia da cidade. Mas enquanto não for possível retomar a economia é necessário salvar o povo, e não se trata somente do atendimento hospitalar, mas salvar o povo da fome.

Desejamos muita força e discernimento para vossa excelência diante deste momento excepcional. E esperamos sensibilizá-lo para este apelo.”

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