Com voto contrário da bancada do PT, Câmara aprova LDO 2022

0
862
Foto: João Raposo/Rede Câmara | @raposophoto

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na madrugada de sábado, 17/07, o PL 236/2021, que versa sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias para o exercício de 2022.

O líder da bancada do PT, o vereador Eduardo Suplicy, declarou o voto contrário à matéria por “divergências sobre o conteúdo da Lei de Diretrizes Orçamentárias e, sobretudo, também a forma como não houve a prática do orçamento participativo que nós tanto defendemos”, ressalta.

O líder da bancada do PT na Câmara, o vereador Eduardo Suplicy, discursa na tribuna do Plenário 1º de Maio. Foto: João Raposo/Rede Câmara | @raposophoto

A elaboração do relatório realizada pelo vereador Isac Félix (PL) foi parabenizada pelos parlamentares, que destacaram o grande esforço empregado para atender às emendas das bancadas e dos parlamentares, mas o PT pontuou que é impossível avaliar e compreender todos os aspectos um extenso compêndio de 193 páginas da LDO.

O relatório evoluiu ao impedir que o Executivo congele ou corte recursos de programas sociais indiscriminadamente, uma das grandes preocupações manifestadas pelo Partido dos Trabalhadores. 

Para evitar o desmedido contingenciamento, desrespeitando o orçamento aprovado pelo poder legislativo, foi incluído um anexo 4 na LDO, que estabelece uma lista de programas  que não serão objeto de limitação de empenho nos termos do Art. 9º, § 2º, da lei complementar nº101, de 04 de maio de 2000 – Lei de responsabilidade fiscal – por constituírem obrigações constitucionais ou legais no município de São Paulo. Entre os programas mencionados estão: Programa de Fomento à Cultura da Periferia de São Paulo, Programa Municipal de Fomento ao Circo, Programas de Inclusão Educacional, Programas Especiais para educação de crianças e adolescentes com deficiência, Programas voltados para a Educação Profissionalizante, e outros.

Algumas emendas encaminhadas pela bancada do PT foram acatadas, entre elas está a iniciativa que possibilita o controle efetivo das obras paradas, por meio da inclusão de um anexo na Lei Orçamentária, em que será detalhada todas as informações necessárias para o seu acompanhamento. A resolução é uma forma de controle extremamente significativa, já que em 2018, o TCM indicou que mais de 200 obras da cidade de São Paulo estavam paradas. Também considera-se a questão de responsabilidade fiscal, que proíbe que novos projetos sejam executados, se obras contratadas por gestões anteriores estiverem paradas, o que é extremamente frequente no município.

Outra iniciativa do PT que se faz extremamente necessária, principalmente no cenário pandemico do novo coronavírus (Covid-19), é o estímulo para micro e pequenas empresas. Percebe-se que a Prefeitura de São Paulo está distante de cumprir a lei complementar federal nº147/2014, já que a mesma prevê o tratamento favorecido, diferenciado e simplificado em relação às micro e pequenas empresas nas contratações públicas de bens (serviços e obras).

Existem outras questões que não foram solucionadas, já que o relator acatou apenas emendas aditivas, que acrescentavam artigos e incisos que podem descomplicadamente ser vetados pelo Executivo. Não foram aceitas emendas que alteravam a matéria do Executivo, principalmente sobre a regionalização do orçamento. No texto, um dos artigos apresentados aponta que a regionalização seria realizada apenas quando possível, o que não garante o comprometimento com a questão.

Apenas 17%  do orçamento é regionalizado, mas a bancada buscou ampliar para 20%, uma meta extremamente viável, mas que foi rejeitada.

O Partido dos Trabalhadores apontou que arrecadações bilionárias com o PPI e Operações de Crédito não constam na LDO 2022, o que demonstra uma severa falta de planejamento da gestão atual. 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!